P equenos agricultores de Una, no sul da Bahia, reclamam que não sabem mais a quem recorrer para retomar a posse da Fazenda Izaura, que f...
Pequenos agricultores de Una, no sul da Bahia, reclamam que não
sabem mais a quem recorrer para retomar a posse da Fazenda Izaura, que foi
invadida há cinco anos por um grupo liderado por uma mulher identificada como
Valdeci Santos Cardoso. Os irmãos Vieira, 15 herdeiros de João Vieira Filho,
dizem não entender o porquê da justiça não conseguir fazer cumprir a lei.
Matéria: Pimenta
Os irmãos Vieira afirmam que, por quatro vezes, a justiça
determinou a reintegração de posse, mas nenhuma delas foi cumprida. Eles
relatam que a última decisão de reintegração da área foi concedida no mês
passado e deveria ser cumprida na manhã de quarta-feira (14), mas foram
surpreendidos com uma liminar suspendendo a desocupação da área.
Os pequenos agricultores chegaram a contratar e pagar,
antecipadamente, dois caminhões para transportar os móveis da família. Além
disso, compraram ferramentas e mantimentos para pagar depois. “Estávamos com
tudo pronto para voltar para as nossas terras, mas na última hora fomos
informados que a mesma justiça que determinou a reintegração concedeu mais uma
liminar para invasora. Precisamos que a lei seja cumprida. As pessoas se
apropriam de um bem de terceiros e ainda são protegidas”, revolta-se Luisa
Vieira.
DESESPERADOS
Para lutar na justiça pela fazenda, os proprietários tiveram que
fazer empréstimos e não conseguem quitá-lo porque estão sem renda. Parte dos
herdeiros mora de aluguel em Una. Os agricultores ressaltam que não conseguem
que a justiça seja feita, mesmo com a documentação da fazenda em dia. “Enquanto
os verdadeiros donos não têm dinheiro para as necessidades básicas, os
invasores estão há cinco anos lucrando com o patrimônio construído com muito
trabalho pela nossa família”, reclama Luisa.
Sem saber o que vai acontecer e sem dinheiro, a família Vieira acredita que a única alternativa é recorrer à Procuradoria-Geral do Ministério Público da Bahia. “Será que esse descaso estaria ocorrendo se fossemos grandes proprietários de terra? Minhas irmãs estão doentes por causa dessa situação. Na última vez, elas baixaram o hospital. Estamos desesperados não só por causa das dívidas, mas também com essa sensação de injustiça”, desabafa Luisa Vieira.
Sem saber o que vai acontecer e sem dinheiro, a família Vieira acredita que a única alternativa é recorrer à Procuradoria-Geral do Ministério Público da Bahia. “Será que esse descaso estaria ocorrendo se fossemos grandes proprietários de terra? Minhas irmãs estão doentes por causa dessa situação. Na última vez, elas baixaram o hospital. Estamos desesperados não só por causa das dívidas, mas também com essa sensação de injustiça”, desabafa Luisa Vieira.
A propriedade ocupada fica nas imediações do KM 36 da rodovia Una-São José da Vitória. De acordo com Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) emitido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a propriedade está no nome de João Vieira Filho, o pai dos pequenos agricultores.
Matéria: Pimenta

