O blog Políticos do Sul da Bahia , trouxe para o seu leitor e toda a sociedade esportiva regional, a verdadeira motivação a qual levou a SAF...
O blog Políticos do Sul da Bahia, trouxe para o seu leitor e toda a sociedade esportiva regional, a verdadeira motivação a qual levou a SAF do empresário Leonardo Amoedo ter se deligado do Itabuna Esporte Clube. Na semana que se sucedeu a derrota humilhante diante do Nova Iguaçu por 0x8 confronto válido pela Copa do Brasil, levou a imprensa da capital do estado a cobrar explicações da direção do time devido ao péssimo trabalho feito no campeonato baiano. Na oportunidade o Itabuna iria enfrentar o Esporte Clube Vitória pela última rodada da primeira fase da competição para tentar fugir do rebaixamento. Entre fala e entrevistas, o diretor de Futebol Ricardo Xavier, vinha com a proposta de entrar na justiça pelas últimas falas de profissionais da imprensa de Salvador.
O comentarista político João Mateus, redator do Blog
Políticos do Sul da Bahia, trouxe em primeira mão uma entrevista com presidente
da SAF que rebateu algumas afirmações da diretoria do Itabuna.
ENTREVISTA
O empresário Leonardo Amoedo, que tentou fazer a SAF
no time do Itabuna Esporte Clube concedeu uma entrevista exclusiva para
esclarecer os motivos que levaram ao fim de seu projeto no clube e os possíveis
desdobramentos. Abaixo estão os principais trechos da entrevista:
JM:
Por que não continuou com o projeto de investidor do Itabuna Esporte Clube?
Amoedo: O principal motivo foi a não aprovação pelo
conselho deliberativo do clube para a conversão dos aportes futuros em cotas
automaticamente em ações. Além disso, enfrentamos interferências constantes de
pessoas que influenciavam o clube sem critério esportivo.
JM:
Investiu quanto no time em 2022 e 2023?
Amoedo: Foram investidos aproximadamente 2 milhões
de reais, comprovados por relatórios e notas entregues à direção do clube.
Esses recursos foram destinados a diversas despesas, como certidões, salários
de atletas, viagens, hospedagens, alimentação, suplementação, prêmios, impostos
e folha salarial.
JM:
No modelo que a direção do clube queria, vocês ficariam com quantos % das
ações?
Amoedo: Por lei, poderíamos ficar com até 90%. No
modelo proposto pela direção, ficaríamos limitados a 50%. A proposta inicial
era investir meio a meio, ou seja, para cada real, metade seria investimento e
metade em ações. Essa abordagem era mais favorável em comparação com
agremiações como o Bahia, onde a proporção era de 1 para 1. Contudo, ao
atingirmos 38%, pedi que cada real investido convertesse metade em ações.
Infelizmente, o conselho e a direção não concordaram com essa abordagem.
JM:
E esse investimento que você fez no clube, como será tratado? Considera acionar
a justiça para recuperar?
Amoedo: Aguardei o término das competições para
evitar tumultuar o clube. Neste momento, nosso corpo jurídico já está em
contato com a direção, buscando um acordo de forma amigável. Se não obtivermos
sucesso, certamente iremos recorrer à justiça. Já possuímos um CNPJ da SAF, com
estatuto aprovado pelo conselho. Ainda não formalizamos a entrada na FBF e CBF.
JM:
Qual a importância desse investimento para as campanhas do time em 2022 e 2023?
Amoedo: Fundamental. Em março de 2022, o presidente
solicitou inicialmente um patrocínio, pois sem ele enfrentariam problemas. Após
15 dias, com a competição em andamento, fomos informados de que poderiam
desistir da segunda divisão, pois entraram sem recursos adequados. Se não
tivéssemos aportado, o Itabuna talvez nem tivesse disputado o restante da
segunda divisão, muito menos conquistado a vaga na Série A. Na Série A, a importância
foi igualmente expressiva. Nesse período, os patrocínios foram escassos, e as
ajudas vieram principalmente por meio de permutas.
JM:
Acredita que faltou visão e profissionalismo à direção do clube em não aprovar
o modelo de SAF para 2024?
Amoedo: Acredito, primeiramente, que a vaidade de
não perder o comando do clube, associada à interferência política interna,
nortearam o Itabuna e prejudicaram bastante na tomada de uma decisão equivocada
e, no mínimo, estranha. Afinal, como um investidor vai aportar recursos sem uma
contrapartida? E doação? Infelizmente, o amadorismo e a falta de
profissionalismo estão enraizados na instituição.
JM:
Como assimilou a campanha do time no campeonato estadual e o vexame na Copa do
Brasil?
Amoedo: Recebi muitas mensagens de pessoas de
Itabuna e até de fora do estado perguntando como estava. Minha resposta sempre
foi de muita tristeza. Ao mesmo tempo, imaginei que isso fosse acontecer. Tem
um livro no futebol muito bom: “A Bola não entra por acaso”. Nada me surpreendeu,
apesar de que gostaria de ter sido surpreendido com uma bela campanha do clube.
Montaram um time sem critério, estudo e às pressas. Não tinha como isso dar
certo.
JM:
Sem SAF, o Itabuna Esporte Clube tem futuro?
Amoedo: Acredito que, sem uma gestão profissional,
transparência e seriedade nas relações, o Itabuna não irá a lugar algum. Não
vejo como fazer isso em um clube social. Pouquíssimos não quebram no Brasil.
Itabuna está em uma praça pobre e precisa, além disso tudo, de recursos
financeiros constantes. Sem uma SAF, não vejo como.
JM:
Para finalizar, como define a atual direção do clube?
Amoedo: Apesar de respeitar e admirar a pessoa e o
profissional Rodrigo Xavier, que trabalha 24 horas pelo clube, o mesmo
encontra-se cercado de pessoas que não trabalham pela instituição e visam
diversos outros objetivos que sempre estão acima do Itabuna. Um presidente
dedicado e compromissado, mas rodeado de amadores e incompetentes na área
desportiva.
