O clássico Brasil x Argentina pode ser traduzido por pressão, independentemente da situação das equipes no momento em que ocorre o conf...
O clássico Brasil x Argentina pode ser
traduzido por pressão, independentemente da situação das equipes no momento em
que ocorre o confronto. Mas esta semifinal de Copa América, no Mineirão,
potencializa a palavra sobre as duas equipes. No Brasil, Tite tenta encaminhar
sua primeira final e evitar qualquer possibilidade de crise que questione seu
cargo. Entre os argentinos é mais uma chance de que um dos grandes nomes da
história, Lionel Messi, conquiste uma taça com a camisa da seleção.
Presidente da CBF eleito em 2018 e que
tomou posse em abril, Rogério Caboclo já garantiu que Tite fica, não importa o
que aconteça na Copa América -- nos bastidores da confederação é uma certeza
muito mais por falta de opções para uma troca do que por convicção de que o
trabalho é insubstituível. A chegada até a semifinal aliviou uma pressão que se
daria em caso de eliminação mais precoce, mas há preocupação em perder do maior
rival e como será a repercussão.
O último título do Brasil com a seleção
principal foi em 2013, na Copa das Confederações, um ano antes da Copa-2014 e,
claro, da derrota de 7 a 1 na semifinal daquele torneio. No Mineirão. O palco
da tragédia em 2014 era um fantasma que parecia que perseguiria a seleção por
alguns anos, mas foi Tite que fez questão de encerrar, em parte ao menos, o trauma
ao marcar para Belo Horizonte jogo das eliminatórias para a Copa 2018, em
novembro de 2016, justamente contra a Argentina. Um 3 a 0, fora o baile.
Quase unanimidade até a Copa do Mundo da
Rússia, Tite começou a receber críticas mesmo com resultados convincentes: até
agora só perdeu duas vezes à frente da seleção, em 40 partidas, nenhuma depois
do Mundial -- e tem até uma vitória sobre a Argentina após a Copa, 1 a 0 em
jogo realizado na Arábia Saudita. Mesmo assim as atuações não foram tão
convincentes, e mesmo nesta Copa América empates sem gol contra Venezuela e
Paraguai geraram desconfiança. "Estamos com ajustes no meio de campo, na
forma de jogar. Requer tempo", disse o treinador.
Do lado argentino há uma crise há anos que
só aumentaria em caso de insucesso na noite desta terça. Lionel Messi, por
exemplo, já ganhou o prêmio de melhor do mundo por cinco vezes, mas não tem
sucesso na seleção. Na Copa-2014 e nas duas últimas Copas América perdeu a
final, aumentando o enredo de que é um gênio no Barcelona, mas empaca na
seleção.
A vaga para a final vai passar por esses
setores das duas seleções. E a pressão sobre os treinadores também.
FICHA TÉCNICA:
BRASIL X ARGENTINA
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Data/Hora: 2 de julho de 2019, às 21h30
Árbitro: Roddy Zambrano (Equador)
Assistentes: Christian Lescano e Byron
Romero (ambos do Equador) VAR: Leodán González (Uruguai)
BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos,
Thiago Silva e Filipe Luís (Alex Sandro); Casemiro, Arthur e Philippe Coutinho;
Gabriel Jesus, Everton e Roberto Firmino. Técnico: Tite.
ARGENTINA: Franco Armani, Juan Foyth,
Germán Pezzella, Nicolás Otamendi e Nico Tagliafico; Leandro Paredes, Rodrigo
de Paul e Marcos Acuña; Lionel Messi, Sergio Agüero e Lautaro Martínez.
Técnico: Lionel Scaloni
