A Justiça Federal do Distrito Federal condenou, nesta última segunda-feira (21), o hacker Walter Delgatti Neto a 20 anos e um mês de p...
A Justiça
Federal do Distrito Federal condenou, nesta última
segunda-feira (21), o hacker Walter
Delgatti Neto a 20 anos e um mês de prisão pelo episódio
conhecido como “Vaza Jato”.
Delgatti foi um dos responsáveis pela invasão de
dispositivos de autoridades da operação Lava Jato. Ele foi denunciado pelo
Ministério Público Federal (MPF) pelo caso na Operação Spoofing.
A decisão é do juiz Ricardo Augusto Soares Leita,
substituto da 10ª Vara Criminal da Justiça Federal do DF. “Culpabilidade em
grau exasperado, já que seus ataques cibernéticos foram direcionados a diversas
autoridades públicas, em especial agentes responsáveis pela persecução penal,
além de diversos outros indivíduos que possuem destaque social, bastando
verificar as contas que tiveram conteúdo exportado”, disse o magistrado, na
sentença.
No momento, Delgatti está preso preventivamente pela
suspeita de invasão dos sistemas do Poder Judiciário, em apuração que envolve
suposta participação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Conforme a decisão do juiz, os ataques cibernéticos
praticados por Delgatti “foram direcionados a diversas autoridades públicas, em
especial agentes responsáveis pela persecução penal”, além de indivíduos que
possuem destaque social.
Conforme a investigação, foram 126 vítimas do crime
de interceptação indevida de comunicações telemáticas.
O magistrado disse na sentença que Delgatti chegou a
tentar negociar por R$ 200 mil o repasse do material obtido pelo hackeamento.
“Inúmeras
autoridades foram hackeadas e não só agentes públicos da Lava Jato”,
afirmou o juiz Ricardo Leite. “Se o intuito, realmente, fosse somente o de
reparar injustiças, não teria hackeado o Ministro de Estado da Economia Paulo
Guedes e Conselheiros do CNMP. A amplitude das vítimas é imensa e poderia
render inúmeras ocasiões de extorsões”.
O juiz também entendeu ter ficado comprovada a
posição de Delgatti como “líder” de uma organização criminosa.
Na sentença, o juiz também condenou outras quatro
pessoas pelas invasões cibernéticas:
Gustavo
Henrique Elias Santos (13 anos e 9 meses);
Thiago
Eliezer Martins Santos (18 anos e 11 meses);
Suelen
Priscila de Oliveira (6 anos);
Danilo
Cristiano Marques (10 anos e 5 meses).
Luiz Henrique Molição também foi condenado. O juiz,
no entanto, aplicou perdão judicial por causa de sua colaboração premiada.
A Operação Spoofing começou para apurar possível
invasão do aparelho do então ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato Sergio
Moro. Os ataques se deram pelo aplicativo Telegram.
Durante a investigação, o próprio Delgatti confessou
a invasão.
